Todas as histórias apresentadas aqui são reais e de autoria dos próprios protagonistas.
Esses dias, uma mulher veio falar comigo em um posto, onde eu parei. Eu fui no banheiro e ela foi atrás de mim. Me perguntou se era eu quem estava dirigindo o caminhão. Ela me disse que estava ali com o marido e que tinha muita vontade de dirigir. Eu incentivei! É isso aí, mais uma no trecho com a gente.
Mesmo sem ter nenhum caminhoneiro na família, Marga sempre teve paixão por dirigir. E essa paixão ganhou novos caminhos quando ela teve a oportunidade de pegar a direção de um pesado.
Pelo menos três vezes por semana, Marga Arózio sai de Sumaré (SP), rumo a Maringa (PR) dirigindo o seu caminhão. Motorista experiente, esposa de caminhoneiro, mãe e avó, ela equilibra a profissão e a família com muita disposição. Minoria entre os homens, Marga muitas vezes desperta curiosidade e admiração nos lugares onde para.
O que inspirou a sua escolha em ser motorista de caminhão?
Eu sempre tive paixão, acho que é algo eu mesmo, não conseguiria em fazer outra coisa. Mas, é de mim mesmo, não tinha caminhoneiros na minha filha.
E como foi que essa paixão virou profissão realmente?
Eu morei por 12 anos em Buritama, próximo a Araçatuba, com o pai dos meus filhos. Lá comecei a trabalhar com caminhão em terraplanagem. Quando me separei, voltei para Sumaré, onde vive a minha família. Meu cunhado comprou um caminhão e ficamos de sócios. Nessa época eu já tinha carteira categoria E.
Como fica a sua rotina com tantas viagens por semana?
Eu já me acostumei com o trajeto, eu vou e volto, aí fico um dia em casa e só retorno no outro. Meu marido também é caminhoneiro, nos vemos apenas no domingo.
As pessoas ainda se surpreendem com uma mulher caminhoneira? Como é a reação?
Geralmente é bem positiva. Muitos colegas chegam para cumprimentar, quando vêm que é uma mulher ficam admirados. Um dia desses, tinha um pai com o filho de uns 10 anos. Ele ficava me olhando e repetindo: É uma mulher, pai!
A profissão na sua vida, é uma fonte de satisfação?
Eu amo o meu trabalho, tenho paixão por dirigir. Não faria outra coisa.